Este título engloba uma teoria da Criatividade bastante diferente. Os principais autores são J. P. Guilford e Arthur Koestler.
J. P. Guilford
Segundo Guilford, a mente abrange 120 fatores ou capacidades diferentes, dos quais apenas 50 são conhecidos. Estes forma duas classes: uma pequena, de capacidades de memória, e outra, bem maior, de capacidades de pensamento. As capacidades de pensamento subdividem-se em capacidades cognitivas (de reconhecimento de informação); capacidades produtivas (para gerar novas informações) e capacidades avaliativas (para julgar as informações). Interessam as capacidades produtivas, que podem ser convergentes ou divergentes. O Pensamento Convergente ocorre onde se oferece o problema e onde há método para resolvê-lo. (…) O Pensamento Divergente é chamado onde o problema ainda está por descobrir e onde não existe ainda meio de assentá-lo, resolvê-lo. (…) O primeiro campo implica em uma única solução correta, o segundo pode apresentar toda uma gama de soluções. O pensamento divergente, que é o relacionado com a criatividade, inclui onze fatores. Destacam-se: fluência vocabular (capacidade de produzir rapidamente palavras que preenchem exigências simbólicas específicas), fluência ideativa (capacidade de trazer à tona muitas idéias numa situação relativamente livre de restrições, em que não é importante a qualidade da resposta), flexibilidade semântica espontânea (capacidade ou disposição de produzir idéias variadas, quando é livre o indivíduo para assim proceder), flexibilidade figurativa espontânea (tendência para perceber rápidas alternâncias em figuras visualmente percebidas), fluência associativa (capacidade de produzir palavras a partir de uma área restrita de significado), fluência expressionista (capacidade de abandonar uma organização de linhas percebidas para ver outra), flexibilidade simbólica adaptativa (capacidade de, quando se trata com material simbólico, reestruturar um problema, ou uma situação, quando necessário), originalidade (capacidade ou disposição de produzir respostas raras, inteligentes e remotamente associadas), elaboração (capacidade de fornecer pormenores para completar um dado esboço ou esqueleto de alguma forma). Posteriormente, Guilford adicionou mais três capacidades alheias ao Pensamento Divergente: redefinição simbólica (capacidade de reorganizar unidades em termos das respectivas propriedades simbólicas, dando novos usos aos elementos), redefinição semântica (capacidade de alterar a função de um objeto, ou parte dele, usando-a depois de maneira diversa), sensibilidade a problemas (capacidade de reconhecer que existe um problema).
Arthur Koestler
Koestler procura integrar todas as descobertas das várias disciplinas numa única teoria da criatividade. Sua tese central defente que todos os processos criadores seguem um padrão comum, por ele chamado de bissociação, que consiste na conexão de níveis de experiência ou sistemas de referência. No sistema criador, a pessoa age em mais de um plano de referência. A atividade mental, antes de ser constituir em atividade criadora, é constituída de uma estrutura de hábitos de pensamento e comportamento, que dão coerência e estabilidade, mas não deixam lugar para inovação. Todo padrão de pensamento ou comportamento (que Koestler donomina matriz) é governado por um grupo de normas, que tanto pode ser apreendido quanto inato. Ao mesmo tempo, tem ele certa flexibilidade, podendo por isso reagir a uma gama de circunstâncias”. A interação de duas matrizes pode resultar em: colisão, que resulta em riso, humor; fusão que resulta em síntese intelecutal (ciência e, especialmente, criação publicitária); e confrontação, que é a experiência estética, a arte.